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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Um debate recorrente e mal abordado (como sempre), pela “grande mídia”.

Por Jota Dias e João Holanda.

No último dia 11, Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, entrou pela porta principal da Catedral de Campinas, sentou-se pouco depois da entrada, durante a missa, e após pouco tempo iniciou a sequência de vinte disparos com arma de fogo contra as pessoas que ali estavam. 


Segundo divulgado, Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Gonzaga Ferreira, de 68, Cristofer Gonçalves dos Santos, de 38, e Elpídio Alves Coutinho, de 67, morreram dentro da igreja. Heleno Severo Alves, socorrido, morreu um dia depois no Hospital Mário Gatti. Outras três pessoas ficaram feridas. 


Imediatamente, a nossa conhecida mídia, em especial a “dedicada” Folha de São Paulo, inicia seus trabalhos para suscitar a necessidade do desarmamento civil, ligando o fato ao ideário da já conhecida narrativa desarmamentista. Dentre as manchetes, temos “Ataque reacende debate sobre porte e posse de armas no país”, com subtítulo “Presidente eleito, Jair Bolsonaro prometeu revogar o Estatuto do Desarmamento”. Uma rápida pesquisa no Google, é temos um punhado de arautos jornalísticos com esta premissa chamativa em seus cabeçalhos.


Os já desgastados esteriótipos anti-armas incluídos no debate sobre a necessidade do desarmamento atingem os incautos de forma tão fatal para a inteligência, quanto foram os tiros de Euler para os inocentes que ceifou, imantando o fato para um viés político, ideológico e enviesando o fato para tentar impor uma demagogia forçada aos que defendem a flexibilização do registro e porte de armas. Sim, aproveitam a tragédia para condenar as vítimas. Façamos a ligação entre público majoritáriamente defensor da flexibilização do estatuto do desarmamento e aqueles que foram, via de regra, eleitos para representá-los. Isso, conservadores e liberais. 


Este link jornalístico que insistem em criar, atinge diretamente as próprias vítimas. Católicos e demais cristãos, em especial os que foram atacados pelo doente criminoso (já fizeram essa análise) são comparados indiretamente, com o exaustivo levantamento de perfil do atirador ensandecido. As várias ligações que fizeram, colocando-o como um esteriótipo do machismo, do racismo, religioso e etc., criam um sopão confuso que culmina em uma única mensagem de segundo plano: “Você de direita, cristão, veja o monstro que cria!” - Um nítido espantalho, para angariar audientes convencidos a colocar um pé atrás contra valores que amparam a visão destra?


Sim, poderia parecer uma comparação forçada, mas vale esclarecer que não merece crédito, uma narrativa que tenta imputar à tragédia um cenário que seria causado pelo enquadramento midiático de um (sendo eufêmico), perfil de um homem com transtornos mentais. Um certo jornalista chegou inclusive a dizer que o crime era “Um sinal divino para o desarmamento”. 

Talvez falte aos jornalistas, algumas referências bíblicas sobre o armamento. Sim, também é algo que falta aos cristãos, mas a responsabilidade sobre a notícia sobrepõe, neste caso, a responsabilidade sobre a própria fé ou religião. Se algum jornalista de verdade, chegar a ler estes prolengômenos e tiver suficiente curiosidade, que leia e busque exegese sobre Êxodos, 15.1; Jó, 2.11 e 13-15; Lucas 22.35-38 e 11.18; Efésios 6.17; Filipenses 4.21-22. Todas passagens bíblicas em que as armas são admitidas, no antigo e no novo testamento.

Da próxima vez que forem falar sobre religião (em especial a cristã) e desarmamento, poderão cometer erros outros, mas não o de coligar esteriótipos que supostamente definam pessoas com divergência política com a religião que elas seguem, como se fossem vítimas de seus princípios mas não de uma política fracassada feito a do desarmamento. Que a desculpa seja apenas o mau caráter e não a ignorância.


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