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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS. O SILÊNCIO DE JANOT.

No mês de maio de 2017 protagonizamos o maior escândalo de pagamento de propinas de âmbito mundial, em que foi relatado com exclusividade pelo editorial do jornal O Globo a delação da JBS que envolvia mais de 1.800 agentes públicos, incluindo praticamente todos os Presidentes da República eleitos após a redemocratização do Brasil.

Na época o então Procurador Geral da República (PGR), Dr. Rodrigo Janot, não evitou a divulgação da delação logo após a assinatura de seus termos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que acarretou na ocorrência de uma crise política e financeira sem precedentes na história do Brasil.

De igual modo, várias outras delações premiadas foram divulgadas pela imprensa antes mesmo de se tornarem públicas por meio de decisão judicial, no entanto, não vimos nenhuma medida do Dr. Rodrigo Janot para proteger o sigilo das informações obtidas por meio dessas delações.

Todavia, agora que o ex-PGR, Dr. Rodrigo Janot, é convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional para prestar informações sobre as várias irregularidades ocorridas na delação da JBS, ele simplesmente rejeita o convite alegando que o sigilo profissional o impede de prestar esclarecimentos sobre atos praticados por ele.

Conclui-se que o ex-PGR adota o velho ditado de dois pesos e duas medidas, ao passo que enquanto era o chefe do Ministério Público Federal se fazia de indiferente com o vazamento das delações premiadas, mas agora quando ele deve prestar informações a respeito das mesmas ele alega que se trata de informações sigilosas que não podem ser divulgadas.

por Pierre Lourenço.


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